Apesar de alguns avanços, encontrar mulheres na liderança ainda não é algo muito comum. As oportunidades na carreira não são iguais entre os gêneros e a presença feminina em posições de liderança cresce lentamente.
Definitivamente, as executivas, gestoras e empreendedoras ainda enfrentam muitas barreiras até alcançar posições estratégicas. O preconceito ainda é muito grande e o estilo de liderança organizacional feminino precisa ser mais difundido.
Dessa forma, apenas 8,6% dos cargos de liderança são ocupados por mulheres no nosso país. Temos muito orgulho de saber que a nossa CEO faz parte desta estatística. Manuella Curti é uma das grandes mulheres na liderança, que investe no desenvolvimento de novas líderes e fomenta o empoderamento feminino.
Neste artigo, vamos falar um pouco sobre o contexto histórico da luta por mulheres na liderança. Do mesmo modo, falaremos sobre os pontos fortes da liderança feminina e como ela é incentivada dentro da Europa.
Afinal, por que ainda temos poucas mulheres na liderança?
Segundo um levantamento da Fundação Lean In (EUA), 62% dos contratados ou promovidos para a primeira gerência são homens. Em um país em que mulheres são maioria nas universidades, a desigualdade e a contradição ficam evidentes.
Juntamente com este problema que vem da base, existe o preconceito estrutural. No Brasil, essa resistência cultural é uma questão inconsciente para muitas pessoas. De acordo com uma pesquisa da Ipsos, em 2019, três em cada dez brasileiros não se sentiam confortáveis em ter uma mulher como chefe. A maior parcela destas pessoas (31%) era de homens.
A presença de mulheres na liderança é resultante da luta feminista, que pede igualdade de direitos entre os gêneros. No âmbito do trabalho, o movimento busca equidade nas condições de trabalho, bem como de salários e tratamento.
Ao pensar em liderança feminina, é importante ter uma visão ainda mais ampla do que apenas o mercado de trabalho. Ter mulheres na liderança é contar com a participação e a influência feminina em esferas sociais antes inacessíveis.
No Brasil, apenas em 1932, as mulheres conquistaram o direito de voto e puderam se candidatar a cargos políticos. Hoje, quase 70 anos depois, a participação feminina na política está batendo recordes, mas ainda muito abaixo da masculina.
Nos países em desenvolvimento, a maior parte das mulheres segue sendo a responsável pelas atividades domésticas. Logo, sem estar disponível para o mercado, a força de trabalho feminina tem muito menos participação.
É fato que tivemos algumas conquistas importantes. Por outro lado, ainda tem muita luta pela frente. Pela igualdade de gênero e por um mundo melhor. Manuella Curti, a CEO da Europa, é uma das mulheres na liderança que busca ser uma agente de mudança.
Liderança feminina que inspira
Manuella Curti é advogada de formação e pós-graduada em Administração de Empresas. Aos 26 anos, assumiu o cargo de diretora executiva do Grupo Europa. Hoje, já está no comando da empresa há 10 anos e vem trilhando um importante caminho no empreendedorismo feminino.
Já fez parte do programa internacional de empreendedorismo feminino Winning Women, e hoje integra o grupo CEO ‘s Legacy. Manuella já impactou mais de 30 mil pessoas em palestras sobre sucessão em empresas familiares, liderança feminina e inovação. Assim, com tantas boas iniciativas, foi eleita uma das 56 mulheres mais influentes do Brasil pela Revista Forbes em 2017.
Se as mulheres na liderança já são minoria, imagine as mais jovens? No seu setor, Manuella é a primeira executiva da geração Y. Juntamente com toda a equipe da Europa e parceiros, vem aplicando uma gestão focada em sustentabilidade.
A executiva comanda uma empresa que fabrica purificadores de água, produtos sustentáveis em essência. Além disso, por meio de apoio a iniciativas e projetos patrocinados, busca melhorar o acesso à água e transformar vidas.
Da mesma forma, o Grupo Europa vem aprofundando o olhar para pautas como diversidade e inclusão na empresa. Atualmente, a empresa conta com mulheres na liderança de 37% dos cargos estratégicos.
Mas Manuella não quer parar por aí: a ideia é expandir ainda mais. Para isso, ela aposta na criação de grupos organizados, bem como na sua presença no Conselho de Administração.
Indo além das ações dentro da empresa, em 2016, a executiva fundou o Grupo de Empreendedorismo Feminino (GEF). Ela atuou por 3 anos nesta iniciativa, cujo objetivo é incentivar e apoiar pequenas empreendedoras.
Por que é bom ter mulheres na liderança?
Antes de mais nada, porque é importante que exista igualdade em todas as esferas sociais. Do mesmo modo, a ocupação feminina de cargos estratégicos é uma forma de representatividade. As mulheres líderes inspiram outras mulheres, que passam a acreditar no seu potencial e enxergar mais possibilidades para si.
Além disso, existem vantagens para a própria empresa. De acordo com pesquisas, as mulheres são mais capazes de se adaptar a mudanças tecnológicas. Logo, para uma empresa que sofre constantes adaptações e lida com obstáculos, é muito bom ter uma liderança feminina.
Definitivamente, um ambiente diverso, com participação igualitária entre os gêneros, promove decisões mais justas. As mulheres líderes também podem ajudar a desconstruir padrões culturais por meio de suas atitudes.
Para quem gosta de números, aí vão algumas estatísticas:
- Empresas com líderes femininas têm resultados até 20% melhores;
- Mulheres líderes estão sempre atualizadas: 41% acompanham avanços tecnológicos;
- Segundo uma pesquisa realizada pela ILO, a liderança feminina também melhora a reputação. 57% dos pesquisados disseram perceber melhorias na imagem pública da empresa.
Quando pensamos em relações pessoais e clima no trabalho, as mulheres também trazem vantagens. Assim, com ótima capacidade de engajar e desenvolver conexões, constroem laços sólidos e de confiança.
As mulheres líderes têm mais capacidade de escuta e mais flexibilidade para integrar suas equipes. E, claro, não podemos esquecer da experiência em administrar o tempo, conciliando diversas tarefas e atividades no dia a dia.
O que podemos fazer para melhorar?
O caminho para aumentar a liderança feminina nas empresas ainda é longo, mas existem estratégias. Antes de mais nada, é preciso identificar e reter esses talentos.
Estruturar planos de carreira é uma ação que diminui a taxa de rotatividade da empresa e ajuda a cultivar o talento feminino. Da mesma forma, criar pesquisas internas para as mulheres e incentivar a diversidade na organização também ajudam.
Assim, para ter mais mulheres líderes na sua empresa, vamos sugerir 3 estratégias simples.
1. Dê mais voz às mulheres
Segundo alguns estudos, as mulheres são interrompidas por homens 33% mais vezes quando estão falando. Com isso, a confiança para expor ideias e debater em grupos mistos fica muito enfraquecida. Para incentivar a liderança feminina, é essencial promover um espaço de fala com mais diversidade e respeito.
Para a CEO do Grupo Europa, ter mulheres líderes aumenta a chance de que essa visão seja compartilhada na empresa.
2. Desenvolva políticas de equidade de gênero
Ainda de acordo com a executiva, é fundamental que a igualdade salarial seja alcançada em todos os ambientes de trabalho. Para que as políticas salariais e a cultura da empresa promovam a paridade é preciso entender a necessidade das mulheres.
Questionários são um bom começo. Procure descobrir o que as mulheres precisam ou o que estão vivendo dentro da empresa. Do mesmo modo, é importante realizar processos seletivos preconceitos de gênero.
3. Incentive a mentoria de mulheres líderes
Os exemplos de liderança feminina ainda são escassos. A representatividade traz bons exemplos a seguir, para se inspirar e aprender. Assim, se sua empresa já tem mulheres líderes, incentive a mentoria para capacitar outras mulheres a seguirem seus passos.
Para Manuella, o movimento para alcançar a equidade de gênero é papel de todos. Por outro lado, acredita que as mulheres devem tomar a dianteira da mudança e ocupar os seus espaços.
Todos sabem que a competência profissional não tem qualquer relação com o gênero. No entanto, o número de mulheres líderes ainda é baixo. Além disso, mulheres recebem apenas 72,9% do salário de um homem que ocupa o mesmo cargo. A disparidade salarial impede a independência financeira de muitas mulheres, que acabam por se submeter a situações abusivas.
Sem falar na maternidade, que parece punir diversas mulheres, que são descartadas de entrevistas ou não avançam na carreira. Assim, é preciso mudar as perspectivas de toda a sociedade. No âmbito empresarial, é fundamental fortalecer uma cultura organizacional que explore o potencial das mulheres.Gostaria de ver mais mulheres líderes na sua empresa? Então, compartilhe este texto e faça parte da mudança!
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